Autor Tópico: Entrevista de Valentino Rossi  (Lida 7214 vezes)

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PMina

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Entrevista de Valentino Rossi
« em: 14 de Junho de 2010, 11:38:35 »

[justify]1. Vale, primeira pergunta: como estás, ainda tens dores?
VR: "O lado positivo é que o pior já passou e as duas operações terem corrido bem, pelo que está tudo OK. Agora espero um período difícil, em que tenho de estar consciente do risco de infecção e onde tenho de estar sempre com a perna elevada. Depois surgirá um segundo período chave, quando conseguir começar a minha reabilitação e, com apoio na perna, serei capaz de começar a andar com canadianas."

2. O Dr. Buzzi falou de um período de reabilitação de cinco a seis meses, o que pensas?
VR: "Creio que o Dr. Buzzi foi muito cauteloso no seu prognóstico. Quero recuperar da lesão; é a única coisa que me interessa. Se perder quatro ou seis corridas não faz qualquer diferença. A altura certa para regressar pode ser Brno, mas pode não ser assim."

3. Lembras-te do acidente?
VR: "Lembro-me de tudo na perfeição. Não bati com a cabeça, não bati com nada. O airbag do meu fato funcionou muito bem e o meu capacete só ficou com alguns riscos. Não tenho um único hematoma! O problema foi ter aterrado com perna e ela ter ficado por baixo do meu corpo. Se tivesse aterrado de costas teria sido diferente. Tinha um pneu novo e tinha feito duas voltas, depois abrandei porque tinha o Barberá atrás de mim. Quando voltei à linha de corrida chegou o Pedrosa e não lhe queria causar problemas, pelo que voltei a desviar-me, mas quando voltei a acelerar aconteceu tudo muito depressa e de forma inesperada. Sete segundos foram o bastante para fazer o pneu perder temperatura de forma dramática. Foi um erro meu."

4. A quem gostarias de agradecer?
VR: "Em primeiro lugar quero agradecer ao Professor Buzzi, do CTO Careggi em Florença, e a todo o seu pessoal porque foram brilhantes. Felizmente, ao acontecer em Mugello fez com que não estivesse longe de Careggi e tive muito sorte neste aspecto. Também quero agradecer a todos os outros em Careggi e a todas as enfermeiras porque me trataram muito bem, e não me posso esquecer do pessoal da Clínica Móvel e dos comissários do circuito de Mugello. Finalmente, um grande olá e um particular obrigado a todos os fãs porque nunca, nem por um segundo, deixaram-me esquecer do seu afecto e apoio. As mensagens que vi no domingo na televisão foram magníficas."

5. Em alguma altura, desde o acidente, houve algum momento em que tenhas dito “acabaram-se as corridas de moto”?
VR: "Sinceramente, não senti medo nenhum. Fiquei um pouco horrorizado quando vi a perna, sim... mas o que mais desgosto é ter de perder tantas corridas! Vou levar todo o tempo que for necessário e garantir que não faço nenhuma parvoíce porque quero voltar depressa, mas só se a minha condição física o permitir. Sei que tenho moto para o próximo ano e não tenho de apressar o meu regresso para provar o que quer que seja. Podia perder apenas quatro corridas, mas mesmo assim não voltaria para ganhar o Campeonato. É melhor ter cuidado, terminar a reabilitação da melhor forma possível e voltar a correr durante muitos anos. Houve muitos outros desportistas que tiveram o mesmo problema que eu. Um exemplo: o Mark Webber ligou-me e ele também teve uma fractura exposta na perna direita. Ele disse-me para ter muita paciência e que teria alguns momentos de desconforto, mas que no final a recuperação é garantida."

6. Agora tens algum tempo em casa para descansar e pensar...
VR: "Sim, agora tenho muito tempo para descansar, recuperar e pensar. Primeiro, quero usar este tempo para melhorar algumas coisas. Quero melhorar o meu inglês, aprender algo novo, ler muito. Basicamente, quero melhorar e aprender. Isso vou fazer de certeza. Se, por outro lado a pergunta se refere a 2011, este incidente não influencia as minhas escolhas para o próximo ano. O sábado passado não mudou nada. Só tenho uma perna partida! Assim, o resultado de 2010 nunca foi relevante para as minhas decisões para o futuro."

7. Durante o teu descanso forçado também vais trabalhar a tua lesão no ombro?
VR: "Claro que sim. É um dos poucos aspectos positivos deste incidente; finalmente vou poder trabalhar na reabilitação do ombro, sem pressas, sem operações e sem corridas. Amanhã vou recomeçar os exercícios, deitado na cama, e estou certo que quando regressar o ombro estará completamente recuperado. Quando voltar estarei em excelente forma, se bem que isso não significa que vou logo entrar a ganhar. Quando se regressa depois de uma paragem forçada não podemos pensar apenas no corpo, mas também na mente. Não serei capaz de voltar e ganhar logo."[/justify]


Fonte: www.motogp.com